Sim, acredito e sinto esta magia. Mas por que será que o destino é visto por muitas pessoas só como algo externo, maior, incontrolável? E se eu disser que toda esta sinfonia perfeita também faz parte de você, que toda a orquestra está aí dentro só esperando o momento para ser sentida?
Não, isto não é uma viagem minha. Seguindo as leis herméticas, tudo o que está em cima está embaixo, tudo o que está dentro também está fora, etc., então porque só no caso do destino nós não teríamos a compensação interna? Por que nos enxergamos passivos ao falar sobre o destino?
Jung disse “eu não sou o que me acontece, eu sou o que escolho me tornar”, ou seja, quanto mais consciente eu for, mais conectado com a minha essência, mais conseguirei obter da vida externa aquilo que alimenta e está em sintonia com o meu mundo interno.
Achamos o destino bom quando ele ‘concorda’ com o que você quer e pede; mas costumamos não gostar ou a rejeitar a ideia quando ele apresenta situações que nós não queremos enfrentar, é daí que ele se torna mal.
Destino para o Hinduismo é o retorno das escolhas feitas por uma pessoa; assim, a responsabilidade pela vida no dia de hoje e por sua próxima encarnação será sempre sua. Ou seja, o que a pessoa experimenta nesta vida (riqueza e pobreza, alegria ou dor, saúde ou doença, etc.) é resultado de suas ações anteriores. Para Jung, no nível da psique, “tudo o que não enfrentamos em nós mesmos, acabamos encontrando como destino”, ou seja, aquilo que eu não reconheço em mim eu projeto e assim tenho a oportunidade de olhar para aquilo, me relacionar, sentir.
A separação do que é meu e o que o destino quis de mim é uma ilusão. O tempo todo, vibrações internas conversam com as vibrações externas, fazendo da matéria uma equiparação com o seu interior. Se observarmos por aí, vários autores – de diferentes linhas – falam sobre isso, cada qual do seu jeito. Por exemplo: “a vida te trata como você se trata” – Gaspareto lançou um livro com este título; “tudo na vida é resultado de uma escolha feita por você, mesmo que inconsciente” – Deepak Chopra explica a ideia detalhadamente no livro As 7 leis espirituais; ou ainda mesmo o Jung que reforça de forma brilhante a ideia quando afirma que “nós não vemos as coisas como elas são, nós vemos como nós somos”. Interessante, não?
O mundo o tempo todo apenas responde ao comando interno e isso nos convida a analisar como é que anda a nossa vida. O mundo está se apresentando como você gostaria? A frase quase que automática “quando eu mudo o mundo muda comigo” é mais forte do que possa parecer. De fato, é a partir da mudança interna – e entenda aqui mudança como algo novo ou mesmo uma tomada de consciência sobre algo que estava escondido dentro de você, sem espaço para se manifestar -, que tudo a sua volta vai se ajeitando e se materializando diferente.
Olhando para seu interior, sentindo a verdade em seu coração é que você acordará para a grande realidade: você pode ajudar o seu destino a te oferecer sempre o melhor para você. Todos os dias temos a opção da escolha: fazer, seguir, parar,tentar, nos enganar, despertar. O destino entra apenas com um “sim, senhor” dando mais daquilo que você pediu. E mesmo que as vezes ele te dê algo que não seja legal num primeiro momento, acredite: isso também é bom. Tudo é aprendizado, tudo é oportunidade para se relacionar e se conhecer.
Jung ainda diz que “sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda. ” Então, desejo que você desperte para a sua verdade. Faça do seu destino o melhor e mais consciente reflexo da sua essência.
Um belíssimo 2016, com mais autoconhecimento e libertação. Que o destino te traga muita harmonia e beleza. Que assim seja...e assim já é.
Marcella Helena Ferreira
psicoterapeuta junguiana
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